Estava eu a observar minha rede social e observei diversos emojis dirigidos as minhas publicações por uma mesma pessoa do sexo masculino.
Todo cuidado é pouco com estas abordagens pois muitas vezes são feitas por pessoas casadas, e não temos como saber de plano.
Em minhas divagações passei a me questionar.
Seria a pessoa casada?
É infidelidade digital este tipo de comportamento?
Mandar foguinhos, corações e, em seguida, pedir o número de telefone pode ser uma forma de traição virtual, dependendo do contexto e dos limites estabelecidos no relacionamento.
Para um homem casado, esses gestos podem ultrapassar a fronteira do que é aceitável em um compromisso, pois indicam um envolvimento emocional ou uma tentativa de flerte, mesmo que não haja contato físico.
Traição não se limita ao ato físico, mas pode se manifestar de maneiras emocionais ou virtuais.
Se o envio desses sinais—como emojis sugestivos—e o pedido do número de telefone são feitos com a intenção de alimentar um interesse romântico ou sexual fora do casamento, isso pode ser visto como uma quebra de confiança.
Mesmo que a interação pareça “inofensiva”, a traição digital é muitas vezes mais sutil, acontecendo quando o compromisso emocional começa a se desviar para outra pessoa.
O que define uma traição, em última análise, é o impacto no relacionamento. Se esses gestos geram desconforto, ciúmes ou quebram a confiança entre o casal, então eles podem ser considerados uma forma de infidelidade virtual.
É sempre importante lembrar que cada relacionamento tem seus próprios limites e acordos, e o respeito mútuo a esses limites é fundamental para a saúde de qualquer parceria.
A ironia da infidelidade digital é que ela é invisível, quase imperceptível. Não há cheiro de perfume estranho na roupa, nem marcas de batom. Não há rastros tangíveis, apenas notificações silenciosas que pipocam na tela.
As palavras são o que preenchem os vazios que, um dia, foram preenchidos por gestos e toques reais.
A pessoa imersa em suas pequenas traições digitais, sem perceber que, enquanto busca refúgio na fantasia virtual, perde a essência daquilo que une o casamento.
No fim, o que fica da infidelidade digital não é um escândalo, um grande confronto dramático. É o lento afastamento, quase imperceptível, até que o vazio se torne tão grande que já não há mais volta.