ábado de manhã, estou entrando no meu carro e, em frente, está lá minha bicicleta reluzente, vermelha e muito bonita. Em uma de minhas divagações, me veio um questionamento: casar ou comprar uma bicicleta?
Quando estou em um parque, me deparo com casais caminhando de mãos dadas, sorrindo e trocando carinhos singelos e genuínos, parecendo que saíram de um filme romântico. Também avisto jovens que passam velozmente em suas bicicletas, o corpo ao vento e uma expressão de pura alegria no rosto. É uma cena que poderia estar em qualquer propaganda de felicidade.
Casar significa se comprometer, é dividir sonhos, planos e, às vezes, o controle remoto da TV. É ter alguém com quem contar nos dias difíceis e com quem celebrar as pequenas vitórias do cotidiano. É como ter um jardim para cultivar: exige dedicação, paciência e amor, mas também oferece flores lindas e frutos saborosos.
Por outro lado, comprar uma bicicleta simboliza liberdade e autonomia. É sentir o vento no rosto, explorar novos caminhos e desafiar seus próprios limites. É aquela sensação de poder ir aonde quiser, no seu próprio ritmo, sem amarras ou compromissos. A bicicleta não pergunta por que você está triste, mas oferece um remédio silencioso em cada pedalada.
Enquanto seguro o volante, olhando para minha bicicleta reluzente, esta me chama com promessas de aventuras e novas paisagens. Mas também há algo reconfortante na ideia de um abraço no fim do dia, uma presença constante que aquece mais que qualquer cobertor.
Não é uma decisão fácil, e talvez não precise ser tomada tão cedo. A vida, afinal, não é uma linha reta, e há espaço para ambas as coisas, cada uma a seu tempo. Talvez eu possa me permitir experimentar a liberdade da bicicleta agora e sempre, e, quem sabe, mais adiante, esteja pronta para o compromisso de um casamento. Quem sabe?
Então, com um sorriso de menina marota, ligo o carro e sigo para meus compromissos, com a certeza de que mais tarde vou andar de bicicleta.