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Evolução dos Relacionamentos
05/05/2024 - 09:00

 Num olhar atento sobre a cultura dos relacionamentos no Ocidente, podemos notar uma evolução na aceitação social dos casamentos entre pessoas com diferenças de idade. Sim, a aceitação dessas disparidades, especialmente no que diz respeito às mulheres, está em transformação.

A dinâmica da formação familiar sofreu mudanças significativas, tornando-se mais flexível e menos conservadora. Esse fator tem sido determinante para a evolução cultural dos relacionamentos. Além disso, a independência financeira das mulheres e sua crescente presença em espaços de poder contribuíram para essa mudança.

O que intriga é o julgamento muitas vezes associado a essas relações, rotulando-as como ‘Relação de Poder’. Quando uma mulher jovem se casa com um homem bem mais velho, algumas pessoas interpretam como uma troca da juventude por dinheiro.

Eu mesma enfrentei esse dilema alguns anos atrás, quando decidi casar com um homem 16 anos mais velho, e olha que eu era independente financeiramente e emocionalmente.
Surpreendentemente, o julgamento mais severo não veio dos homens, mas sim das mulheres ao meu redor. Muitas olhavam para mim com desconfiança, como se eu representasse um risco inconveniente simplesmente por ser mais jovem.

Após refletir sobre essa atitude reservada, percebi que, para muitos, nosso relacionamento desafiava a lógica convencional. No entanto, mostramos que um casal com diferença de idade pode ser feliz, contrariando os preconceitos.

Felizmente, os tempos mudaram e os julgamentos diminuíram, embora não tenham desaparecido completamente. Hoje, homens e mulheres na faixa dos 40 anos entendem que o que realmente importa são a conexão, o respeito, a segurança, a admiração e a química no relacionamento.

A idade tornou-se apenas um número, especialmente considerando que agora podemos viver mais de 100 anos. Uma diferença de 10 a 15 anos entre casais já não é vista como tão significativa em diversos contextos. Estamos vivendo em uma era em que cuidamos melhor de nós mesmos, nossa aparência não reflete necessariamente nossa idade, e temos uma maior diversidade na estrutura familiar.

Portanto, em vez de julgar, deveríamos celebrar a evolução dos tempos e permitir que as pessoas encontrem a felicidade da maneira que desejam. Afinal, a idade não define a felicidade dos outros, apenas daqueles que julgam.

FONTE: Ana Lúcia Ricarte
EDIÇÃO: Ana Lúcia Ricarte
Ricarte Advocacia
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