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Empoderamento Matrimonial
19/04/2024 - 10:17
Ana Lúcia Ricarte

Desde tenra idade, somos envoltas em um mundo de expectativas, onde os sonhos de infância são moldados por brinquedos tradicionais que, sutilmente, nos direcionam para um destino: o casamento. Bonecas e casinhas se tornam nossos primeiros mestres, ensinando-nos sobre o papel que a sociedade espera que desempenhemos.

Em meio a avanços na educação e no mercado de trabalho, a sombra do casamento ainda paira, imutável. Na minha geração, éramos criadas para acreditar que casar era o ápice da realização feminina, uma meta inevitável na jornada para a vida adulta.

No entanto, o que raramente nos é ensinado é que, ao cruzar o limiar do matrimônio, nos deparamos com escolhas que moldarão não apenas nossas vidas, mas também nossos patrimônios e relacionamentos. A escolha do regime matrimonial, muitas vezes negligenciada, torna-se crucial.

O casamento, antes apenas um contrato civil, evoluiu para reconhecer a diversidade de formas familiares baseadas no afeto. No entanto, a falta de discussão sobre as implicações patrimoniais pode ser um fardo pesado a ser carregado no futuro.

Encorajo as mulheres a compreenderem que não há um regime de casamento universalmente ideal. Cada um tem suas peculiaridades, cabendo às partes envolvidas escolherem aquele que melhor se adapta à sua vida e ao seu parceiro.

No Brasil, após o Código Civil de 2002, há quatro regimes de casamento, cada um com suas nuances. Planejamento, diálogo e busca por informações são fundamentais antes de dar esse passo tão significativo.

Que as mulheres possam se libertar das expectativas impostas desde a infância e trilhar o caminho matrimonial com autonomia e consciência, rumo a um futuro onde o casamento seja não apenas um destino, mas uma escolha consciente e empoderada. 

FONTE: Ana Lúcia Ricarte
EDIÇÃO: Ana Lúcia Ricarte
Ricarte Advocacia
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